Conasa intensifica combate às fraudes e detecta novos casos em Santana do Ipanema, São Miguel dos Campos e Palestina

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Operações de fiscalização identificaram ligações clandestinas que desperdiçavam 100 mil litros mensais, volume suficiente para abastecer 20 famílias

As equipes de fiscalização da Conasa Águas do Sertão seguem intensificando as ações de combate às fraudes no interior alagoano. Recentemente, novas irregularidades foram identificadas em cidades como Santana do Ipanema, São Miguel dos Campos e Palestina, reforçando a necessidade de vigilância constante para garantir a distribuição justa dos recursos hídricos na região.

Palestina: 41 fraudes em quatro dias

A mais recente operação da Conasa Águas do Sertão acontece em Palestina, onde as equipes iniciaram há quatro dias uma fiscalização intensiva que já apresenta resultados expressivos. Em apenas 277 fiscalizações realizadas, foram detectadas 41 fraudes de diferentes tipos.

Chácara em Santana desperdiçava 70 mil litros mensais

Durante fiscalizações de rotina na linha da adutora responsável pelo abastecimento de Santana do Ipanema, as equipes técnicas identificaram uma ligação clandestina que atendia uma chácara na região. A investigação revelou que a água desviada era utilizada para múltiplas finalidades: criação de animais, manutenção de piscinas e irrigação de plantio de cana-de-açúcar.

O volume desperdiçado impressiona pela magnitude: estima-se que 70 mil litros de água foram perdidos mensalmente devido à fraude. As equipes de fiscalização, trabalhando em conjunto com as equipes de controle de perdas, atuaram imediatamente para retirar a ligação irregular e aplicar multa ao responsável pelo uso indevido.

Desvio em imóvel de alto padrão em São Miguel dos Campos

Em São Miguel dos Campos, no Loteamento Rui Palmeira, a fiscalização foi acionada após denúncias durante obras de saneamento no local. A equipe constatou um desvio de ramal em imóvel de alto padrão, demonstrando que as irregularidades não respeitam classe social ou localização geográfica.

A irregularidade foi prontamente retirada e o cliente autuado, seguindo os padrões estabelecidos pela empresa. Neste caso, estima-se a perda de 30 mil litros de água por mês, volume que poderia atender outras famílias da região.

Impacto coletivo das fraudes

Somando por exemplo os dois casos de Santana do Ipanema e São Miguel dos Campos, o desperdício chegava a 100 mil litros mensais, volume suficiente para abastecer 20 famílias durante o mesmo período. Estes números ilustram como cada ligação clandestina compromete diretamente o abastecimento coletivo, reduzindo a quantidade de água disponível para a população que utiliza os serviços de forma regular.

Desde o início de 2024, a Conasa Águas do Sertão tem mantido operações intensivas de combate às fraudes nas 34 cidades atendidas. Até setembro, foram detectadas mais de 10 mil irregularidades, resultado de um trabalho sistemático de fiscalização.

"Todos os moradores são prejudicados pelas ligações clandestinas, já que elas despressurizam a rede e consomem de forma oculta o volume disponível", afirma Antonio Hercules Neto, diretor da empresa. "Além disso, quem tem 'gato' não se preocupa em consumir conscientemente para evitar desperdício."

Campanha de autodenúncia continua ativa

Paralelamente às fiscalizações intensivas, a Conasa mantém campanha permanente de autodenúncia que permite regularizar ligações clandestinas sem aplicação de multa. A iniciativa representa abordagem educativa e preventiva, reconhecendo que muitas irregularidades podem ter origem no desconhecimento das normas ou em situações herdadas de gestões anteriores.

Clientes com ligações clandestinas podem entrar em contato pelo 0800 000 2122, disponível também via WhatsApp, ou pelo aplicativo para Android e iOS. O atendimento aceita denúncias anônimas, fortalecendo a colaboração comunitária no combate às fraudes.

Consequências legais e administrativas

As ligações clandestinas descobertas pelas equipes estão sujeitas a multas entre R$ 472,93 e R$ 2.482,91, mais até 12 vezes o consumo retroativo mínimo da categoria. Além das penalidades administrativas, o desvio de água constitui crime de furto qualificado por fraude, conforme artigo 155, § 4º, inciso II, do Código Penal, com penas de 1 a 4 anos de reclusão.

"A meta é não apenas detectar e corrigir fraudes existentes, mas criar uma cultura de uso consciente dos serviços de água, garantindo que todos tenham acesso a abastecimento justo, eficiente e sustentável", conclui Antonio Hercules Neto.